Caso João Alberto: Justiça determina soltura de réus acusados pela morte de homem negro em hipermercado

  • 16/12/2024
(Foto: Reprodução)
Morte de João Alberto Freitas aconteceu em 2020. Decisão foi fundamentada no entendimento de excesso de prazo na prisão preventiva. João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado e morto por dois homens em Porto Alegre, em 19 de novembro de 2020 Reprodução O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) determinou, nesta segunda-feira (16), a soltura dos réus acusados pelo homicídio qualificado de João Alberto Silveira Freitas, homem negro espancado e morto no estacionamento do Hipermercado Carrefour, em Porto Alegre, em novembro de 2020. Relembre o caso abaixo. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp A decisão da 2ª Câmara Criminal do TJRS foi fundamentada no entendimento de excesso de prazo na prisão preventiva, que já perdurava por quatro anos, e estendida aos três acusados na mesma situação. São eles: Giovane Gaspar da Silva, Magno Braz Borges e Adriana Alves Dutra. Os demais réus seguem respondendo em liberdade. A defesa de Magno afirma que "a preventiva já estava se alongando por demais, sem previsão para que acontecesse o julgamento pelo tribunal do júri". Leia abaixo a nota na íntegra. Já a defesa de Adriana disse que vai se pronunciar na terça-feira (17). O g1 não teve retorno do advogado de Giovane. Segundo a relatora do habeas corpus, a desembargadora Rosaura Marques Borba, a manutenção da prisão preventiva por um período tão prolongado, mesmo considerando a complexidade do caso, configura cumprimento antecipado de pena, o que é inaceitável antes do julgamento definitivo. Os réus deverão cumprir medidas cautelares, como: comparecer a todos os atos do processo; manter seus endereços atualizados; não se ausentar da comarca por mais de 15 dias sem autorização judicial. Ao todo, seis réus são acusados pelo homicídio qualificado de João Alberto Silveira Freitas. No entanto, a ordem de soltura se aplica somente aos três réus que estavam presos preventivamente. LEIA TAMBÉM Adolescente de 15 anos que dirigia caminhonete na contramão mata mulher em acidente, furta jipe e capota após perseguição no RS Homem morre após ser sequestrado e torturado em Novo Hamburgo, diz polícia Casal paraguaio é preso com 108 kg de maconha escondidos em carro da Argentina na BR-386, no Norte do RS Em julho deste ano, a Justiça do RS retirou a qualificadora de motivo torpe do julgamento dos seis réus. Assim, os réus devem responder por homicídio duplamente qualificado por meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Porém, o Ministério Público recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedindo que volte a valer a qualificadora. Esse recurso precisa ser analisado e decidido antes que o julgamento final aconteça. Relembre abaixo o caso João Alberto Câmera de segurança mostra início da confusão antes do assassinato de João Alberto Crime e repercussão João Alberto foi agredido por seguranças do supermercado na noite de 19 de novembro de 2020. Ele morreu no local, aos 40 anos. Nos dias seguintes, manifestantes protestaram contra o racismo em Porto Alegre e em outras cidades do Brasil. O inquérito policial foi concluído no dia 11 de dezembro de 2020. Para a Polícia Civil, foi possível identificar que houve um exagero nas agressões impostas à vítima, sendo resultado da fragilidade socioeconômica de João Alberto. "O racismo estrutural que são aquelas concepções arraigadas na sociedade foram sim, fundamentais, no determinar da conduta dessas pessoas naquele caso", disse a delegada Roberta Bertoldo na época. Ainda em 2020, no dia 17 de dezembro, o Ministério Público (MP) denunciou seis pessoas indiciadas por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima) com dolo eventual. O MP incluiu ainda o racismo como forma da qualificação por motivo torpe. Homem negro foi espancado até a morte em supermercado do grupo Carrefour em Porto Alegre, em 2020. Reprodução/Vídeo Em agosto de 2021, a polícia promoveu duas noites de reconstituição do caso na loja do Carrefour onde ocorreu o crime. A primeira noite simulou as versões apresentadas por oito das nove testemunhas do caso. Já a segunda reprodução se concentrou nas versões dos réus. O Carrefour assinou um termo de ajustamento de conduta (TAC) no valor de R$ 115 milhões no caso. O dinheiro é destinado para políticas de enfrentamento ao racismo. A empresa de segurança Vector, contratada na época pelo supermercado, também assinou um acordo judicial. Atualmente, a segurança das lojas do Carrefour não é mais operada por empresas terceirizadas. Em Porto Alegre, a rede passou a contar com pessoas negras entre os trabalhadores do setor e adotou o uso de câmeras nos uniformes da equipe. Milena Borges Alves, viúva de João Alberto firmou acordo de indenização com o Carrefour. O valor não foi informado, mas seria superior ao oferecido inicialmente pela empresa, de R$ 1 milhão. Defesa de Magno "Sobre a questão do senhor Magno, a defesa estava buscando a possibilidade dele responder em liberdade ao processo, já que ele preenche todos os requisitos. Também, a preventiva já estava de alongando por demais, sem previsão para que acontecesse o julgamento pelo tribunal do júri. Agora vamos focar para para que possamos proceder em um boa defesa para ele, com a certeza de que se trata de uma pessoa decente e trabalhadora , e que aquele acontecimento foi uma fatalidade." VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2024/12/16/caso-joao-alberto-justica-determina-soltura-de-reus-acusados-pela-morte-de-homem-negro-em-hipermercado.ghtml


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